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A simplicidade é complexa!

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Eu duvido que você nunca tenha ouvido o famoso jargão: “O SER HUMANO TENDE A COMPLICAR AS COISAS”. De fato, você já deve ter ouvido.

Geralmente, os jargões e ditos populares são menosprezados e considerados clichês. Por este motivo, paramos de analisar o quanto eles são efetivamente importantes.

Voltando ao jargão da simplicidade colocado no início deste texto:

Imagine a roda. Simples não? Já parou pra refletir como o ser humano chegou à esta brilhante e disruptiva invenção? Pois bem. Uma necessidade de levar objetos pesados de um lado para o outro fez com que aflorasse a vontade de desenvolver algo que resolvesse àquela demanda.

Certamente alguns fracassos aconteceram, mas graças a esses tropeços, chegou-se à forma geométrica ideal que deu vida à roda.

Mas aonde eu quero chegar? Desde a invenção da roda até hoje, não procuramos pensar em outra forma geométrica melhor para a roda do que o círculo. Melhoramos, é claro, substituindo a pedra por borracha, adicionando rolamentos etc., mas a roda em si, ainda é a mesma! Pense o quanto a roda é simples! Já parou pra pensar o quanto as grandes invenções são simples? Vai me dizer que nunca pensou: “Como nunca ninguém teve essa ideia antes?”

Às vezes perdemos muito tempo tentando encontrar a solução perfeita, mas esta solução, geralmente é a primeira que vem à sua cabeça, bastando lapidá-la. Geralmente é a mais primitiva, pois ela está suportada pela necessidade.

Como é difícil ser simples e como o “simples” é fantástico.

Um grande amigo me chamou para passarmos um final de semana no sítio dele. Pense em sítio de cinema. Uma linda piscina de borda infinita, paisagem incrível, comida proveniente da mais alta gastronomia, sistema de som integrado em toda a casa, suítes e mais suítes (fiquei inibido em contar a quantidade de suítes). Tinha até heliponto. Enfim… passamos um final de semana incrível, com pessoas espetaculares. Memorável!

Algumas semanas depois, estávamos com ele e sua esposa em um bar e junto conosco, um outro grande amigo que nos convidou para passar o final de semana em sua propriedade no alto da serra. Aceitamos o convite. Fomos eu, minha esposa e o casal de amigos que tem o tal sítio de cinema.

Chegando ao sítio, paramos o carro em um descampado, na grama marcada pelas rodas dos carros. Ao fundo, uma casa, simples, pintada de branco, com janelas grandes de madeira e uma chaminé pequena que expelia uma fumacinha… Ô fumacinha cheirosa. No fogão de lenha, uma panela de barro onde estava sendo preparado um peito de boi com mandioca. A música não provinha de um sistema de som, mas sim de uma viola caipira desse meu amigo. Fomos recebidos com um abraço e um copinho de cachaça artesanal. Comemos, conversamos, cantamos ao som da viola e quando nos demos conta, lá pelas quatro e tantas, a lua cheia dava o seu boa noite.

Foi mais um final de semana memorável, com pessoas espetaculares. No regresso, aquele meu amigo do sítio de cinema me disse: “Nelson, não me pergunte porque, mas se hoje, eu tivesse que escolher entre meu sítio e esse aqui, eu trocaria imediatamente.”

Que loucura, não? Ele trocaria uma propriedade que vale milhões certamente, por uma que vale dez vezes menos. Foi nesse momento que criei a frase “A SIMPLICIDADE É COMPLEXA”.

O motivo pelo qual a troca inusitada seria feita, para mim, seria a resposta da pergunta de um milhão de dólares, que é “QUAL O PODER DA SIMPLICIDADE E COMO SER SIMPLES DE FATO”.

A simplicidade está diretamente relacionada à sentimentos primitivos e instantâneos. No caso acima, o importante não era o sítio, mas sim as pessoas. O importante não era o tipo de comida, mas sim o amor colocado nela. O importante não era de onde saia a música, mas sim se cantávamos ou não. Pessoas, amor, cantar… sentimentos e ações primitivas e intuitivas. Esse é o poder da simplicidade!

Uma solução simples está diretamente relacionada à redução de custos, aumento de produtividade e agilidade, aumento de eficiência, aumento de lucro e ganho de tempo.

Mas como ser simples?

Diante do que aqui já foi exposto, seguem dois passos importantes.

Passo 01 – Entenda qual é a sua necessidade.

Passo 02 – Pense como atenderia a esta necessidade. Pense na solução. Vai vir uma resposta instantânea em sua cabeça. Por mais idiota que pareça, muito provavelmente, esta é a solução simples que você terá que lapidar.

Exemplo famoso e real disso? Dê uma olhada…

Passo 01 – Uma empresa de pasta de dentes tem problemas no final da linha de produção, onde algumas caixinhas estão ficando vazias, sem as bisnagas. Era preciso criar algum dispositivo que detectasse que a caixa estava sem a bisnaga e que esta caixa vazia fosse retirada da linha de produção. OBA! Detectamos a necessidade!

Passo 02 – Pensar em uma solução. A solução encontrada, discutida, rediscutida, refeita, redirecionada e finalmente validada para este caso específico, depois de 2 meses de discussões, foi acoplar à máquina um sensor de peso, que detecta se a caixa está com um peso abaixo do limite. Desta maneira se sabia exatamente quais caixas estavam vazias. Neste momento, um braço mecânico empurrava a caixa para fora da linha. Problema solucionado! Tempo: 2 meses de análise, 4 meses para comprar e instalar os sensores e braços mecânicos. Custo, 870 mil Reais.

A solução parece perfeita, mas não é a mais simples.

Quando executamos o passo 2 efetivamente, talvez a primeira coisa que viesse à cabeça seria: “Poxa… como a caixa vazia está passando na esteira, se desse pra assoprar bem forte, elas sairiam voando”.

ESSA É A SOLUÇÃO IDEAL QUE DEVE SER LAPIDADA! Sendo assim, um ventilador da frente da esteira já resolveria o problema. Tempo: 30 segundos de análise e 15 minutos pra lapidar a ideia e mais 2 horas pra comprar o ventilador. Custo, 150 Reais em 10 vezes em uma loja de departamentos (frete grátis).

CONSLUSÃO:

Diante de uma necessidade, se dê ao luxo de colocar em prática a lapidação da primeira ideia que vier em sua cabeça. Esta é a instantânea! Esta é a primitiva! A mais óbvia! A mais simples! Dê importância à ela! Não descarte. Não complique!

Lembra quando comentei que deixamos de analisar o quanto os jargões e ditados são efetivamente importantes? Por serem “corriqueiros”, deixamos eles de lado.

O mesmo fazemos com as soluções imediatas e primitivas. Está na hora de mudarmos essa história!

Faça esse exercício e me conte como foi! Sua vida vai mudar depois disso. Por quê? Porque a partir desse momento, o jargão “O SER HUMANO TENDE A COMPLICAR AS COISAS”, não fará mais nenhum sentido pra você!

Hora de simplificar!

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